Ana Gonçalves Cirurgia Plástica

25 ANOS DEEXPERIÊNCIA

PERGUNTAS FREQUENTES

Na sociedade moderna, tem-se verificado uma preocupação crescente com a imagem corporal que condiciona uma verdadeira “ditadura” da beleza. Ocorre por isso, uma crescente procura por cirurgia e medicina estética. Tal fenómeno, leva a que nos dias de hoje exista uma vulgarização quer da procura quer da oferta. São cada vez mais jovens os pacientes que procuram este tipo de tratamento, com ideais e expectativas pré-definidas, que nem sempre estão de acordo com a realidade.

Só o próprio deve decidir, se o deve ou não fazer. O objectivo final de uma cirurgia estética deverá ser exclusivamente o sentir-se melhor consigo mesmo e não como forma de agradar a terceiros. A transformação produzida pelo tratamento, leva muitas pessoas a tornarem-se mais seguras, melhorando o seu relacionamento profissional e familiar. Desaconselha-se a cirurgia quando o principal objectivo é agradar a outros e quando as expectativas são superiores aos resultados que se podem obter. Existem ainda certas doenças que desaconselham determinada cirurgia.

As técnicas cirúrgicas e anestésicas têm evoluído imenso nas últimas décadas. Apesar de qualquer procedimento médico ou cirúrgico envolver sempre algum risco, actualmente podemos dizer que é extremamente seguro fazer uma cirurgia estética.

A comunicação social tem tendência a exagerar quando ocorre uma complicação, esquecendo-se dos milhares de pacientes que são operados  sem qualquer complicação.

Cabe ao cirurgião plástico, informar previamente o paciente dos riscos inerentes a cada procedimento cirúrgico, os quais variam de acordo com o tipo de cirurgia e as doenças co-existentes. Antes da intervenção cirúrgica o paciente deverá ser submetido a exames complementares de diagnóstico.

As técnicas anestésicas são cada vez mais seguras e muitas cirurgias já são realizadas sem recorrer à anestesia geral.

Etapa fundamental em diversos procedimentos médicos, a anestesia serve para eliminar a dor e outras sensações desagradáveis, permanecendo, para uma grande maioria de pessoas, rodeada de mistério.

«Vou ser submetido a uma intervenção cirúrgica e do que tenho medo é da anestesia, tenho medo de não acordar no fim, de morrer ou tenho receio medo de acordar durante a cirurgia…». A ansiedade sobre procedimentos médicos como a cirurgia e a anestesia é normal. O medo de algo que não se compreende, o medo do desconhecido, é natural.

Não deve haver motivos para pânico, a segurança da anestesia é cada vez maior e as taxas de mortalidade relacionadas caíram drasticamente nos últimos vinte e cinco anos. Segundo dados da Sociedade Americana de Anestesiologia, o número de mortes passou de dois por dez mil, para um por duzentos a trezentos mil atos anestésicos.

A escolha do tipo de anestesia depende de uma análise criteriosa do tipo de cirurgia a ser realizado, da previsão da sua duração, da complexidade e das estruturas que serão abordadas e mobilizadas. A indicação para um tipo ou outro depende do anestesiologista que, em articulação com o cirurgião, define a técnica anestésica mais segura e adequada para cada paciente. Naturalmente, a opção do paciente é sempre levada em conta.

É importante expor abertamente ao seu médico, todas as suas dúvidas para que ele a possa esclarecer e tranquilizar em relação a anestesia e a todos os detalhes da sua cirurgia.

Falar em anestesia em cirurgia plástica é hoje mais fácil. O uso, em muitos procedimentos da anestesia local com sedação e a simplificação da anestesia geral tirou o estigma de um bicho-de-sete-cabeças que pairava sobre este assunto.


Anestesia Local

A anestesia local efetua-se numa determinada área do corpo, de dimensão reduzida, e com o paciente acordado. É um procedimento muito simples e normalmente efetuado pelo próprio cirurgião.

É feita recorrendo ao uso de anestésicos locais, como a Lidocaína, injetada na região a ser operada. Tem um início de ação imediato e, após a sua aplicação, a duração do efeito anestésico pode chegar até duas horas. Se for necessário prolongar a intervenção, o cirurgião faz uma nova administração. Não há perda de movimento nem relaxamento muscular.

Pode ser feita como anestesia isolada ou em conjunto com outra técnica anestésica, nomeadamente a sedação.

Algumas cirurgias podem tranquilamente ser feitas sob anestesia local:

Otoplastia (correção da orelha em abano)

Blefaroplastia superior (cirurgia da pálpebra superior)

Excisão de lesões de pele (quistos, sinais)

Correção de pequenas cicatrizes


Anestesia local com sedação

Trata-se do uso da anestesia local anteriormente descrita, associada à administração de fármacos sedativos. Exige quase sempre a presença do Anestesiologista.

Segundo os critérios da Sociedade Americana de Anestesiologia, revistos em outubro de dois mil e quatro, existem vários níveis de sedação, da ligeira a um estádio mais profundo, muito próximo da anestesia geral.

Sedação ligeira/ ansiólise: estado induzido por fármacos durante o qual os doentes podem responder normalmente a ordens verbais. As funções respiratórias e cardiovasculares não são afetadas, mas a função cognitiva e a coordenação podem estar diminuídas.

Sedação moderada/ analgesia (sedação consciente): depressão da consciência induzida por fármacos, durante a qual o doente responde adequadamente a comandos verbais isolados ou acompanhados de estimulação táctil ligeira. Não são necessárias manobras de manutenção da permeabilidade da via aérea e a função respiratória é mantida, assim como a função cardiovascular.

Sedação profunda/ analgesia: depressão da consciência induzida por fármacos, durante a qual os doentes não podem ser facilmente acordados, mas respondem adequadamente a estimulação repetida ou dolorosa. Pode haver redução da capacidade de manutenção da função respiratória adequada, com necessidade de assistência na manutenção da permeabilidade da via aérea e da ventilação. Normalmente, a função cardiovascular está mantida.

A sedação profunda é uma técnica anestésica em que se pretende que os doentes se mantenham imóveis durante a realização dos exames, inconscientes, embora despertáveis, e com os reflexos de defesa mantidos, o que permite a manutenção de uma respiração eficaz pelos seus próprios meios. Para além disto, a sedação profunda induz amnésia em relação ao período em que os doentes foram sedados, permite que haja algum relaxamento muscular e atenuação da resposta do sistema nervoso simpático.

Em consequência de os graus de sedação se sucederem de um modo progressivo e contínuo (consoante os medicamentos administrados, via de administração, dosagem e diferente sensibilidade dos doentes), só um Anestesiologista com experiência nas modalidades sedo-analgésicas, está habilitado a executar estas técnicas.


Cirurgias que podem ser realizadas sob sedação:

Prótese de mama, lipoaspirações muito localizadas, blefaroplastia superior e inferior, rinoplastia, lifting cervical, mamoplastias de pequenas dimensões.


Anestesia regional

A anestesia regional é uma denominação que engloba uma série de técnicas anestésicas distintas quanto à execução e à indicação. Essas técnicas têm em comum o fato de a anestesia ser produzida com o auxílio de um anestésico local e ser circunscrita a uma determinada área do corpo.

As técnicas mais usadas na anestesia regional podem dividir-se em bloqueios do neuro eixo e em bloqueio regionais.

Dentro dos bloqueios do neuro eixo, as técnicas mais utilizadas são: Anestesia raquidiana, epidural, sequencial e caudal.

Este tipo de anestesia é feito através de uma pequena punção na coluna, através da qual são injetados anestésicos locais que bloqueiam os impulsos nervosos. As diferenças entre as técnicas estão relacionadas com o local anatómico da punção, do tipo de agulha utilizado e da quantidade e concentração do anestésico local utilizado. Na anestesia regional, a pessoa está acordada ou, se associado um sedativo, ligeiramente adormecida, mas facilmente despertável ao chamamento. Por outro lado, pode ser associada a uma anestesia geral, denominando-se neste caso de anestesia combinada.

Dentro da anestesia regional estão incluídos também os bloqueios de nervos periféricos tronculares e os bloqueios de plexo. Nos bloqueios tronculares, o nervo é bloqueado após a deposição de anestésico local sobre ele. Os bloqueios tronculares são utilizados, por exemplo, para a cirurgia da face.

Os bloqueios de plexo consistem no bloqueio de um conjunto de nervos responsáveis pela sensibilidade de uma determinada área. Os diferentes bloqueios do plexo braquial são utilizados em cirurgias do membro superior (ombro, braço, cotovelo, antebraço e mão) e no membro inferior, onde os bloqueios do nervo ciático poplíteo e do nervo femoral são amplamente utilizados. A utilização da ecografia tem vindo a facilitar a execução dos bloqueios dos nervos periféricos, aumentando a sua eficácia e diminuindo as complicações.

A anestesia regional raramente está associada a acidentes, que quando surgem, são transitórios e estão relacionados com lesões nervosas. As pessoas com antecedentes de enfarte do miocárdio, com arritmias e outras patologias ou que tomem medicamentos para o sangue não coagular são alvo de um exame rigoroso que determinará a existência de contra indicações à anestesia regional. A objeção por parte do doente, é também uma contraindicação formal à realização deste tipo de anestesia.

As cirurgias mais realizadas com esta técnica são: Lipoaspiração, abdominoplastia ou a prótese dos glúteos.


Anestesia geral

Na anestesia geral, o paciente é mantido inconsciente e imóvel durante todo o procedimento, através do uso de fármacos administrado por via endovenosa e/ou inalatória. É uma técnica que evoluiu muito ao longo dos anos, assim como toda a Anestesiologia. Os fármacos utilizados dividem-se em três tipos: os indutores de anestesia, os opióides, que tiram a dor, e os relaxantes musculares que provocam relaxamento muscular. Esta é uma técnica anestésica extremamente segura e a sua duração depende do tempo necessário à realização da cirurgia.

Embora seja de alta complexidade, o procedimento é simples: o anestesiologista administra através de uma veia, preferencialmente no dorso da mão, medicamentos que induzem o paciente ao sono (hipnose e amnésia). Depois, o paciente recebe um anestésico, para eliminar a dor (analgesia). Em seguida é aplicado um relaxante muscular que bloqueia temporariamente a passagem dos impulsos eléctricos do nervo para o músculo, impedindo contrações involuntárias. Em questão de segundos, o paciente entra num «estado de coma» controlado.

Os relaxantes musculares alteram o funcionamento dos músculos involuntários, inclusive os responsáveis pela respiração. Por isso, quando a pessoa está sob efeito da anestesia geral, a respiração é assegurada por ventiladores mecânicos. Então, é feita a intubação traqueal, ou seja, os pulmões são conectados a um aparelho responsável pela respiração, através de um tubo inserido na traqueia. A intubação traqueal é um procedimento especializado, realizado pelo médico anestesiologista.

Para que o procedimento seja mais seguro, é necessário fazer jejum de seis horas para líquidos e de oito horas para os alimentos sólidos.

Independentemente do tipo de cirurgia, são utilizados equipamentos durante a anestesia geral que fazem a monitorização da frequência cardíaca, pressão arterial, temperatura, oxigenação e ventilação.

As situações de despertar ou sentir dores durante a cirurgia estão descritas na literatura, mas são raríssimas hoje em dia. Existe atualmente um nível de monitorização extremamente eficaz que permite acompanhar o nível de inconsciência e o grau da anestesia a que o paciente está submetido

A intercorrência mais comum da anestesia geral são náuseas e/ou vómitos. A sua incidência depende de muitos fatores, mas com o desenvolvimento de novos fármacos antieméticos, a ocorrência de náuseas e vómitos tem vindo a diminuir consideravelmente.

Não existem contra indicações à realização da anestesia geral.

Pode-se optar por realizar a anestesia geral nas seguintes cirurgias: mamoplastia com grandes reduções, rinoplastia, lifting cervico-facial e grandes lipoaspirações.

A decisão sobre qual o tipo mais adequado de anestesia ao procedimento plástico, estético e reconstrutivo é multifatorial e envolve o cirurgião plástico, o anestesiologista e o paciente. Antes da cirurgia é necessário efetuar uma história clínica com o objetivo de colher uma série de informações sobre a sua saúde, para determinar o tipo mais adequado de anestesia. Essa lista inclui: história médica, medicamentos, tabagismo e consumo de álcool, alergias, experiência anterior com anestesia, reações adversas à anestesia, reações de membros da família à anestesia e última refeição.

Após a cirurgia, os efeitos da anestesia vão passando, enquanto o paciente é monitorizado na unidade de recuperação anestésica (recobro) e a dor pós-operatória é controlada.

Conforme o tipo de anestesia utilizada, a recuperação pode levar entre uma e seis horas. Depois da anestesia, e após ter alta, é recomendável ficar pelo menos vinte e quatro horas sem conduzir e sem tomar decisões judiciais.

O descanso é a palavra-chave. As instruções variam de acordo com o procedimento. O cirurgião plástico e o anestesiologista dar-lhe-ão todas as indicações pós-operatórias que devem ser seguidas para reduzir o risco de complicações.

Deve escolher um cirurgião especialista em cirurgia plástica e com vasta experiência na área da cirurgia estética, que é uma especialização dentro da cirurgia plástica.
A cirurgia actualmente é bastante segura, se praticada por um profissional experiente e após uma cuidadosa avaliação clínica pré-operatória. As condições de segurança devem ser salvaguardadas.
O nível técnico dos cirurgiões plásticos em Portugal é idêntico ao dos países mais desenvolvidos da Europa e da América, nomeadamente o Brasil, país com fortes tradições nesta área. As técnicas utilizadas sempre em permanente evolução, são também de vanguarda.

Ao escolher o cirurgião e o local, não deve pensar só no preço. Escolher fazer uma cirurgia não é o mesmo que comprar um electrodoméstico. A cirurgia estética está mais banalizada e como tal mais acessível, porém a sua selecção deve ter como prioridade não o preço, mas a qualificação e perícia do cirurgião e do anestesista, bem como a segurança clinica do local em que vai decorrer.

È frequente ouvir-se comentar casos de pessoas que vão ser operadas no estrangeiro, por vezes atrás de melhores preços. Não é referido, que em caso de complicações, muitas vezes, não existe o apoio necessário e adequado. Importa também advertir que uma viagem longa de avião até cerca de 15 dias após a cirurgia, aumenta o risco de tromboembolia.

Idealmente os obesos devem tentar perder peso antes da cirurgia. Com uma dieta controlada feita no pré-operatório os resultados alcançados são mais harmoniosos, diminui o risco de complicações e a recuperação é mais rápida.

Por exemplo, a lipoaspiração não é uma cirurgia para emagrecer mas sim uma cirurgia para melhorar o contorno corporal. Existe um limite de quantidade de gordura que, em segurança, pode ser retirada numa única sessão.

Em relação à abdominoplastia e à cirurgia mamária de redução, a situação é um pouco diferente, pois mesmo após emagrecer, a mama e o abdomem habitualmente mantêm-se volumosos, então submeter-se a estas cirurgias pode ser um incentivo a continuar um regime alimentar equilibrado e a reduzir o peso. O cirurgião deve aconselhar o momento para a realização da cirurgia.

Sim, porém existem limites técnicos e de segurança. Podem-se associar cirurgias de regiões anatomicamente próximas tais como membros inferiores e abdómen, abdómen e mama, pálpebras e face. Deve evitar-se no entanto associar cirurgias muito demoradas e que envolvam grandes extensões do corpo, pois aumenta substancialmente o risco de complicações. A associação de cirurgias deve ser discutida unicamente com o cirurgião, o qual a(o) orientará de acordo com a história clínica e com as necessidades cirúrgicas.

Todo o corte feito na pele deixa cicatriz. Mesmo com as técnicas mais modernas, fica sempre uma cicatriz, a qual é reduzida e dissimulada ao máximo.

Porém, a qualidade final das cicatrizes depende principalmente de factores individuais como a idade, raça e cor de pele, além dos cuidados pós-operatórios, como evitar a exposição solar, massagem e hidratação das cicatrizes.

As cicatrizes levam entre 6 meses a 1 ano a estabilizar, podendo ser necessário nessa altura pequenas correcções de modo a obter o melhor resultado possível.

Embora as células gordas que são aspiradas ou removidas não voltem a crescer na área tratada, as que ficaram vão aumentar de tamanho se o peso aumentar. Este aumento é no entanto menor do que nas áreas não tratadas. Portanto para manter os resultados é importante o controlo posterior do peso.

O pós-operatório é de grande importância na determinação do bom resultado da cirurgia. Devem ser seguidas as instruções do seu cirurgião quanto ao repouso, cuidados com as cicatrizes, limitação de exercícios físicos, consultas para reavaliação pós-operatória.

Evitar a opinião de terceiros e tirar qualquer dúvida com o seu médico, são princípios fundamentais. O período de repouso varia de cirurgia para cirurgia, podendo oscilar entre 1 a 15 dias. O sol pode escurecer as cicatrizes durante os primeiros 6 meses. Deve portanto, ser usado protector solar durante este período. Não se aconselha a exposição solar no mínimo 1 mês após a cirurgia, o calor e o sol aumentam a inflamação e assim atrasam a recuperação pós-operatória.

Deve ser evitada a ansiedade no pós-operatório, pois só prejudica a  recuperação. O "inchaço" é normal e leva, nalguns casos meses a desaparecer completamente. Deve aguardar-se o período indicado pelo médico para a apreciação final do resultado da cirurgia, que nalguns casos é de vários meses.

De acordo com o tipo de cirurgia é importante no pós-operatório fazer drenagem linfática, massagem e compressão elástica, entre outros para uma recuperação mais rápida.