Ana Gonçalves Cirurgia Plástica

25 ANOS DEEXPERIÊNCIA
25 ANOS DEEXPERIÊNCIA

Lipoaspiração / Lipoescultura

Devo fazer uma Lipoaspiração?

 

A lipoaspiração deve ser vista como um meio de alterar o contorno corporal e nunca como um meio para emagrecer. Claro que acaba sempre por perder algum peso. Se é obeso e pretende realizar uma lipoaspiração, deve primeiro iniciar perda de peso através de uma alimentação equilibrada, preferencialmente com apoio de nutricionista. Isto vai diminuir o risco de complicações, assim como permitir consolidar os resultados. Se tem um pouco de excesso de peso e aquelas gorduras localizadas, pode habitualmente realizar a lipoaspiração, antes de começar a perder peso. Claro que é sempre importante iniciar uma dieta equilibrada, para consolidar os resultados. A lipoaspiração nestes casos funciona como um estímulo para ter mais cuidado com o corpo, através de uma alimentação cuidada e exercício físico. Se tem o peso adequado, mas mesmo assim apresenta zonas com depósitos excessivos de gordura, tais como as gordurinhas nas ancas e nos flancos após a gravidez por exemplo,nos joelhos ou aqueles depósitos na parte lateral da coxa, muitas vezes como uma herança hereditária «parecidos á mãe ou avó», ou então aquelas gordurinhas que começam a instalar-se no período da menopausa  e que não desaparecem com dieta ou exercício, ou o pneu que se instala no homem depois dos trinta anos, nestes casos a lipoaspiração tem a sua maior indicação, com resultados óptimos. É sempre necessário avaliar o estado de saúde geral antes de realizar uma lipoaspiração. Como tal deverá efectuar os exames de rotina pré-operatórios.

 

Aconselha-se também a redução do consumo de tabaco e de medicamentos que possam aumentar o risco de maior sangramento.

 

A lipoaspiração pode ser faseada por áreas ou pode ser feita num só tempo cirúrgico, tudo dependerá do estado de saúde e da disponibilidade em termos de tempo de recuperação. O tipo de anestesia utilizada, depende de vários factores, entre os quais, a quantidade e a localização da área a aspirar. A necessidade ou não de internamento está também dependente destes factores.

 

A lipoaspiração não é isenta de complicações, embora extremamente raras actualmente, pois as técnicas, quer de lipoaspiração, quer anestésicas evoluíram imenso. Claro que nos casos em que se aspira maiores volumes e em doentes obesos, o risco é maior, mas também estão descritas mortes por embolia, mesmo em pequenas lipoaspirações em doentes magras. Deve ter presente que a lipoaspiração é uma cirurgia e como tal deve ser feita por cirurgião plástico qualificado e num ambiente seguro. Mesmo utilizando as técnicas mais modernas, não deixa de ser uma cirurgia, com todos os riscos inerentes a cirurgia.

 

Certas áreas do corpo podem ser lipoaspiradas, sem grande risco de flacidez cutânea, são elas, o dorso, flancos, joelhos, trocânteres e pernas. Outras regiões como a face interna das coxas, dos braços e abdómen acarretam maior risco. Noutros casos de excesso de pele, a abdominoplastia será o mais indicado. A lipoaspiração não elimina celulite. O mais habitual será que ao destruir septos fibrosos que existem entre a pele e a gordura, como se de alicerces se tratassem, pode agravar em mãos menos experientes e nalgumas zonas, a celulite. Esta deve ser combatida com exercício físico regular, bons hábitos alimentares, drenagem local manual, mesoterapia, além de inúmeras técnicas que surgem quase todos os anos e vão sendo aperfeiçoadas como por exemplo a endermologia, radiofrequência, criolipolise, etc.. Habitualmente nenhuma por si só é eficaz e depende da associação de várias para se obter algum resultado. Claro que em casos ligeiros a melhoria será mais notória. Em casos de flacidez cutânea, os resultados serão inferiores ou mesmo nulos, porque o que existe é mais um excesso de pele do que, propriamente celulite. É importantíssimo a avaliação pelo médico especialista. Áreas problemáticas, como o abdómen e a face interna das coxas, são as que obrigam a maior rigor de avaliação, técnica correcta e  a drenagens linfáticas  a seguir obrigatórias. No passado era muito vulgar realizar lipoaspirações de grandes volumes com cânulas grossas, o que acarretava risco grande de complicações graves e grande morbilidade. Actualmente, as cânulas usadas são mais finas e associa-se uma lipoaspiração mais uniforme e superficial, de modo a obter um resultado com pele mais uniforme e menor risco de complicações. Apesar de ter evoluído bastante, o conceito de fazer «uma lipoaspiração á hora do almoço», não é de modo nenhum correcto, mesmo tratando-se de uma pequena lipoaspiração e utilizando as técnicas mais modernas, não deixa de ser uma cirurgia, com todos os riscos inerentes a cirurgia.

 

A lipoaspiração é um procedimento cirúrgico, qualquer que seja a técnica utilizada e como tal sujeita a complicações. Mesmo a dita lipoaspiração não invasiva, em que supostamente não existe introdução de cânulas ou incisões, não é isenta de complicações.

 

Actualmente podemos dividi-la em lipoaspiração invasiva, processo pelo qual através de pequenas incisões, posicionadas de acordo com a área a tratar, se introduz cânulas de espessura variável que vão aspirar a gordura em excesso. Dentro da lipoaspiração invasiva existem essencialmente três métodos: o tradicional, a vibro lipossucção e a laser.

 

A lipoaspiração não invasiva, conhecida por vezes como cavitação é um método que conjuga radiofrequência e ultra-sons, que aplicados sobre as áreas a tratar, provocarão aquecimento e destruição das células adiposas, seguido de eliminação pelo fígado e rim do conteúdo destas células. Existem equipamentos diferentes no mercado, os quais estão sempre em evolução e sujeitos por vezes a uma publicidade enganosa na imprensa, criando falsas expectativas. Para obter algum efeito, implica realizar uma dieta rigorosa durante o tratamento, exercício físico após realização do procedimento e logo a seguir uma drenagem linfática. Proliferam as máquinas de cavitação e lipoaspiração não invasiva. Os aparelhos provocam uma destruição mais ou menos profunda de gordura consoante o tipo. A gordura entra na corrente sanguínea e aumenta os níveis de colesterol, potencializando problemas cardíacos. Existe também risco de queimadura da pele na área tratada com lipocavitação. Existe contra-indicações, tais como, gravidez, diabéticos, doenças do rim e fígado, colesterol alto, hipertensão, doença cardíaca, obesidade, processo infeccioso na zona a tratar, varizes, flebite, próteses, placas ou parafusos metálicos no corpo. Não crie grandes expectativas com os resultados, poderá notar pequenos resultados em pequenas gorduras localizadas, mas terá de realizar uma dieta rigorosa e a maior parte das vezes, é a esta que se deve o resultado. Não quero com isto dizer que não possa ser realizada  em casos em que ocorrem pequenas acumulações, muito discretas de gordura, mas sempre tendo em conta o que foi explicado e que ao parar o tratamento e a dieta, vão voltar os tais depósitos de gordura. Em muitos casos, não surge qualquer efeito.

 

A lipoaspiração invasiva é o único método eficaz de extrair a gordura, porque ela é mesmo extraída. E habitualmente não volta, a não ser que aumente excessivamente de peso, ou em certos períodos de alteração hormonal como doenças, gravidez, menopausa. Mesmo em pacientes que posteriormente aumentam o peso, verifica-se que as zonas lipoaspiradas não aumentam de volume como as outras, isto porque grande parte das células adiposas foram mesmo extraídas.

 

Na lipoaspiração invasiva, independentemente do método usado, o mais importante em relação aos resultados, é a qualidade da pele inicial, pois quanto mais elástica e jovem for a pele, melhor será a sua retracção, assim como a experiencia do profissional que executa a lipoaspiração. Existem áreas do nosso corpo mais problemáticas em termos de retracção cutânea, tais como o abdómen e face interna das coxas, pelo que ao tratar estas áreas não se deve ser muito agressivo na quantidade aspirada. A lipoaspiração por vezes realiza-se faseada por áreas, de modo a que a recuperação seja mais rápida, outras vezes, faz-se num só tempo operatório, sempre que não haja contra-indicações e o tempo disponível para recuperar o permita.

 

Dentro da lipoaspiração invasiva existem essencialmente três métodos: o tradicional, a vibro lipossucção e a endolipoaspiração ou a laser. A lipoaspiração invasiva ao contrário da não invasiva é o único método eficaz de perder as gorduras acumuladas, sendo o seu retorno difícil. Claro que um aumento de peso exagerado, a gravidez, menopausa ou doenças endocrinológicas podem ser causa de retorno da gordura.

 

Na lipoaspiração invasiva, independentemente do método usado, o mais importante em relação aos resultados, é a qualidade da pele inicial e a experiencia do profissional que executa a lipoaspiração.

 

Ideias como a vibrolipossucção e a endolipo permitirem um melhor resultado, não são completamente verdadeiras. A vibroliposucção é mais uma ajuda para o cirurgião, do que um factor positivo para o resultado da lipoaspiração, pois consiste num aparelho que exerce movimentos vibratórios na cânula, que facilitam a progressão da cânula no tecido adiposo, sem necessidade de o cirurgião realizar tanta força. Necessita também de anestesia local ou sedação. E o tempo de recuperação, assim como os resultados são idênticos aos da lipoaspiração tradicional.

 

A lipoaspiração a laser, necessita também de anestesia, habitualmente local e sedativa e consiste na introdução debaixo da pele de uma cânula que possui um laser, que vai produzir um aquecimento das células adiposas, provocando a sua rotura, como se a gordura derrete-se. Esta gordura líquida será de seguida aspirada por outra cânula. Teoricamente está associada a menor irregularidade da pele, menos flacidez e recuperação mais rápida. Existe um risco de queimadura da pele e também de lesão de estruturas internas como nas outras lipoaspirações. Geralmente sai mais cara que os outros métodos invasivos. Pelo seu maior poder de retracção da pele, pode ser indicada em zonas onde a pele se encontra mais flácida, como abdómen ou face interna das coxas. Mas nem sempre se verifica maior retracção.

 

A lipoaspiração tradicional, consiste na aspiração, através de um sistema de vácuo, com cânulas finas. É sempre utilizada a técnica tumescente. Os resultados em mãos experientes, são tão bons quanto com as outras técnicas.

 

As equimoses e o edema a seguir á lipoaspiração invasiva, surgem independentemente da técnica usada e tem mais que ver com a reacção individual do organismo ao trauma e com a zona tratada, do que propriamente com o tipo de aparelho utilizado.

 

A lipoaspiração não deve ser vista como um meio de emagrecer, mas sim de modelar o corpo, retirando gorduras localizadas e por vezes injectando-a noutras zonas necessitadas, a chamada lipoescultura. Está indicada quando existem gorduras localizadas que habitualmente não diminuem com dieta ou exercício físico. Não deve pensar em fazer uma lipoaspiração para de seguida continuar com uma alimentação ou um estilo de vida desregrado. Claro que a lipoaspiração pode ser feita mais que uma vez, mas não é muito sensato, pelo risco de complicações e porque a pele vai ficando mais flácida. A lipoaspiração não deve ser feita quando existe flacidez cutânea acentuada, pois a pele não retrai ou retrai menos nestes casos. Raramente a lipoaspiração é feita em doentes obesos, pelo risco de complicações, mas pode ser feita por vezes para criar um estimulo para perder peso em pacientes que não conseguem disciplinar-se, por exemplo diminuir ligeiramente o volume do tronco ou das coxas, o que vai permitir uma maior capacidade de mobilização e assim iniciar um esquema regular de exercício físico.

 

O pós-operatório de uma lipoaspiração pode ser desconfortável, apresentando edema e equimoses variáveis com a localização e a susceptibilidade individual. Os analgésicos e a drenagem linfática manual aliviam os sintomas. A recuperação imediata varia entre três a quatro semanas. No dia seguinte a ter feito uma lipoaspiração vai estar mais inchado, com a sensação «estou mais gorda, que antes e a roupa não me serve». Apresentará também equimoses em maior ou menor grau. Pode sentir-se mais cansada e por vezes com tonturas, especialmente em lipoaspirações superiores a dois litros ou se tem tendência a tensão arterial baixa, por causa da baixa de hemoglobina descrita acima. Recomendo pois repousar cerca de três dias em pequenas lipoaspirações e uma semana em maiores. Grandes lipoaspirações em associação dos membros inferiores, abdómen, obrigam por vezes a repouso superior a uma semana, pois os pés incham muito tornando-se desconfortável. É importante na fase de recuperação usar uma cinta de compressão elástica  e a realização de drenagem linfática manual, de modo a recuperar mais rapidamente e evitar fibroses. A drenagem linfática é uma massagem muito suave, que ajuda a drenar os líquidos acumulados, secundários ao processo inflamatório causado pela lipoaspiração. Deverá também hidratar o seu organismo bebendo água. O seu médico lhe dirá quando pode retomar o exercício físico, mas habitualmente entre duas a três semanas, poderá ser retomado. O exercício físico é importante para tonificar e definir os músculos, conseguindo assim uns contornos mais bonitos. O inchaço começa a diminuir devagar na segunda semana após a lipoaspiração, ao fim de um mês já nota resultados, ao fim de dois, já apresenta praticamente o resultado final, mas até ao sexto mês a pele ainda retrai mais um pouco. Portanto um resultado final de uma lipoaspiração só ocorre ao fim de cerca de seis meses. É por esta altura, que a avaliação da necessidade ou não de retoques deve ser feita. Deve evitar exposição solar directa durante dois meses e mesmo após este tempo, cuidado com a exposição solar, pois apesar de a pele parecer já normal e não sentir os tecidos tão sensíveis, ainda existe inflamação dos tecidos, o que pode levar ao aparecimento de manchas de pigmentação da pele. A estabilização dos resultados de uma lipoaspiração, quer o desaparecimento de inflamação e hipersensibilidade cutânea, quer a retracção cutânea, pode levar mais de seis meses. A manutenção de um resultado após uma lipoaspiração vai depender de bons hábitos alimentares e exercício físico regular. Por vezes são aconselhados tratamentos como radiofrequência e endermologia, de modo a ajudar na retracção da pele ou na diminuição da celulite. Estes tratamentos devem sempre ser iniciados só quando o cirurgião indica, pois se feitos muito precocemente podem atrasar o processo de recuperação e até ser prejudiciais.

Imagens antes e depois